Apascente minhas ovelhas

Em João 21.15-22 lemos uma impactante entrevista de Jesus com Pedro. “Você me ama?”, questionou Jesus três vezes. Mediante a resposta afirmativa, Jesus acrescentava: “Alimente meus cordeirinhos, apascente minhas ovelhas, alimente minhas ovelhas”. Isso ocorreu depois do aconchego da refeição, necessária depois de uma noite inteira e infrutífera no mar.

Certamente que o desafio lançado por Jesus a Pedro serve para todos os crentes. Não é maravilhoso que possamos receber tarefas diretamente do Senhor? Ele providencia trabalho para todos. Ele sabe que precisamos disso. Ninguém sai diante dele com as mãos vazias, sem um desafio. Não há discípulo sem missão. Depois de Atos 2, que cumpriu Jeremias 31.34, já não dependemos tanto de coordenação humana para servir a Deus. Deus não nos poupa do trabalho porque somos jovens ou velhos, preparados ou não, nem mesmo quando estamos deprimidos. Veja o caso de Elias. Na verdade, as tarefas que Jesus nos dá ajudam na cura da nossa dor.

No livro A Dádiva da Dor, a esposa do dr. Paul Brand, hospedou um jovem leproso que, expondo seus filhos à doença. Quando o marido chegou preocupado, três dias depois, ela disse que naquela manhã tinha lido Mt 25. 35,36. Ela tinha ouvido uma ordem diretamente de Jesus.

Sentir o comissionamento de Jesus é uma questão relacional: “já que você me ama, alimenta minhas ovelhas”. Quando confessamos nosso amor a Jesus, recebemos ordens e, então, descobrimos mais sobre Ele mesmo.  “É o Senhor“,  perceberam os discípulos, quando obedeceram à ordem de lançar a rede para o lado direito do barco.

Receber uma missão de Cristo é maravilhoso também porque significa que Ele nos perdoou os pecados e nos oferece uma nova oportunidade. Depois de negar a Jesus três vezes, era muito importante para Pedro receber uma nova ordem do Senhor. Significava que o relacionamento estava sendo restaurado.

Enquanto muitos crentes vivem uma crise para entender o que Deus quer, aprendemos que a missão é construída no relacionamento com Deus. Ele não quer dar ordens a escravos, mas a amigos. Pode ser que Ele não esteja nos cobrando mais resultados e sim mais comunhão com Ele.

Sentimos um vazio em nossos ministérios quando paramos de ouvir novas ordens do Senhor. Então, busquemos a Deus até recebermos uma missão, oremos até ouvir de Deus um novo desafio. “Clama a mim e eu te responderei e te mostrarei coisas ocultas e grandes que ainda não sabes” (Jer. 33.3).

Outros crentes muito esforçados querem controlar coisas, igreja, ministérios. Jesus não disse “apascenta tuas ovelhas”, mas “minhas ovelhas”. A Obra é do Cristo. Você não tem o controle, não tem a propriedade e não tem o poder. Apenas coopera. Jesus bateu pesado no Pedro preocupado com o outro discípulo: “Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?” João 21:22.

“Alimenta meus cordeirinhos…Segue-me tú”.  Definitivamente, Jesus não se entusiasma quando ficamos cuidando do serviço do outro. Veja o caso de Marta e Maria. E não é isso que fazemos muitas vezes? Precisamos nos concentrar no que o Senhor espera de nós, seja a missão de vida, sejam tarefas do dia. Coloquemos o foco em nosso dever.

Não é preciso nem mesmo ficar preocupado com o status do trabalho. Se é para Jesus, não há serviço pequeno, seja dar mamadeira para os filhotes das ovelhas ou apascentar o rebanho.

Isso nos faz menos responsáveis? Em algum sentido, sim. Você não é responsável pelo resultado e não tem que lutar com a culpa de um trabalho que produz pouco, desde que tenha sido ordenado por Cristo. Não tem que disputar com os homens e não tem que disputar com o Cristo. Achamos que glorificamos a Jesus quando estamos cheios da força de nossa juventude, mas Jesus disse que Pedro iria glorificá-lo quando morresse. Não controlamos nada mesmo.

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